quinta-feira, 24 de maio de 2012

O sonho de ser jogador que virou realidade


             
                No Brasil o futebol faz parte da cultura, tanto que sempre quando nasce uma criança na família, é natural ela receber roupas de algum clube de futebol como presente, por parte dos parentes, independente do sexo da criança, caso seja um menino é comum receber uma bola de futebol, assim que ele inicia seus primeiros passos.
                Diante dessa situação é muito comum que de dez meninos, nove se não disser os dez, por um período em sua vida sonhou em se tornar jogador de futebol quando crescer, e por esse motivo o presente texto tem como objetivo discutir os caminhos que um garoto tende a percorrer para realizar o tão desejado sonho.
                Atualmente é pouco comum a prática de jogar futebol nas ruas, por diversos motivos sociais, diante desse novo contexto surgiram às escolinhas de futebol e que vem crescendo a cada ano o número de escolinhas especializadas nesse esporte, e muitas delas alimentam o sonho de seus alunos a virarem jogadores profissionais, aliando sua escolinha com a marca de algum clube importante do cenário nacional, geralmente quando um professor dessas escolinhas percebe um potencial talento de algum dos seus jogadores, ele indica-o, ou estimula o aluno para realização de testes no futebol “Peneiras”.

                As peneiras como são chamados os testes, são realizadas por clubes cadastrados nas federações estaduais, ou por grandes clubes que também possuem registro na CBF (Confederação Brasileira de Futebol), sendo que cada clube possui o seu modelo de avaliação, o mais comum e utilizado por grande parte deles, é o “rachão” famoso jogo coletivo onde as crianças participantes têm em média 30 a 40 minutos para demonstrar todo o seu potencial, esse curto tempo é justificado devido à grande procura nesses testes, que podem ultrapassar o número de 500 crianças, sendo que no máximo existem cinco ou seis vagas no time, ou seja, o garoto que conseguir sobressair neste teste pode considerar um vitorioso, uma vez que deixou 495 para trás, mas se engana quem pensa que a batalha acabou, após ter conseguido a vaga, ele vai travar uma batalha por seu espaço na equipe titular e procurar se manter dentro do grupo, uma vez que ao final de cada temporada ou término de algum torneio importante, acontece a tal temida dispensa.
                Fatores que podem contribuir ou atrapalhar sua promissora carreira como atleta são problemas extra-campo, como por exemplo, relacionamento com os demais atletas de equipe, comissão técnica, lesões, lidar com pressão e cobrança a todo instante, condição financeira para financiar custos como transporte, chuteira e muitas vezes alimentação e para os meninos que vivem no alojamento do clube superar a falta da família, amigos e namorada. Não bastassem todos estes problemas citados, outros problemas poderão aparecer, como por exemplo, o ano ruim da categoria. O que seria o ano ruim?
                Um exemplo a categoria sub-15 é formada por meninos que vão completar 15 anos (nascidos em 1997) e meninos vindos da categoria sub-13, todos com treze anos e completarão14 anos (nascidos em 1998), ou seja, o ano considerado ruim neste caso é para os nascidos em 1998, uma vez que os nascidos um ano antes (1997) são mais experientes nessa categoria já que é o seu segundo ano de categoria e fisicamente mais desenvolvidos que os demais, e tanto o clube quanto o treinador tende a optar por garotos de segundo ano de categoria, pelos fatores mencionados e por acreditar que dessa maneira terá uma equipe mais competitiva e com chances reais de conquistar um título, algo necessário para sobreviver no futebol, principalmente no Brasil onde prevalece a cultura que quem é campeão é o melhor, também é verdade que muitos treinadores optam por escolher alguns atletas que se destacaram na categoria abaixo, geralmente são os titulares, pensando em montar uma base forte para o ano seguinte, porém muitos desses atletas não aceitam ficar no banco de reservas, ou nem serem relacionados para algumas partidas durante o período de um ano e acabam desmotivando e abandonando o futebol.
                Diante desse breve histórico é possível afirmar que para um menino se tornar atleta profissional no futebol, o mesmo deverá vencer uma batalha por dia e uma vez que conseguiu chegar à equipe profissional mostra que é um indivíduo muito determinado e com um certo talento técnico por ter sobrevivido no mínimo de despensas das categorias sub-15, sub-17 e sub-20,  e quando ele se profissionaliza o processo se reinicia, uma vez que, aumenta a pressão que anteriormente era apenas com ele mesmo, dirigentes e comissão técnica e muitas vezes familiar, no profissional acrescenta a pressão  da torcida e imprensa que muitas vezes é injusta, uma vez que a primeira se deixa levar pela paixão e a segunda pelos furos de reportagens e por muitas vezes com opiniões tendenciosas, e nessa nova etapa da vida profissional o atleta precisa muitas vezes provar seu talento e bom salário com bons desempenhos nas partidas, com vitórias e conquistas de títulos com a equipe e se possível títulos individuais.                  
Depois de todo esse processo de muita prova durante toda a carreira, o atleta conseguir somar boas apresentações e conquistar títulos importantes, após sua carreira que geralmente encerra aos 30 ou 34 anos de idade com certeza ele será lembrado e eternizado pelo resto da vida, e se teve boa orientação financeira durante todos estes anos, ele gozará de uma gorda conta bancária.  

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