quinta-feira, 17 de maio de 2012

A importância de ser campeão.



                No próximo final de semana inicia mais um Campeonato Brasileiro de futebol, competição que está no seu 41° ano, embora tenha sido interrompido em 2000, onde foi disputada a Copa João Havelange que foi organizada pelo grupo dos 13, mas que se manteve o mesmo modelo de disputa que os torneios anteriores, porém com separações por módulos e não por divisões.
                O Campeonato Brasileiro sempre foi questionado por seu modelo de disputa, no qual sofreu diversas mudanças no decorrer das edições, já foi disputado em grupos na primeira fase e a segunda fase sendo disputada no sistema de eliminatórias, depois passou a utilizar como modelo de disputa em turno único na primeira fase e a segunda por eliminatórias, e sempre esses modelos levantavam opiniões negativas, como de uma competição injusta já que depois de 19 jogos disputados a equipe que conquistou o primeiro lugar, poderia ser desclassificada por uma equipe que conseguiu se classificar em último lugar, uma vez que a próxima fase era chamada de fase eliminatória e disputada em duas ou três partidas. Atualmente o Campeonato Brasileiro é disputado por pontos corridos em dois turnos, vence a equipe que conquistar a maior pontuação em 38 jogos disputados.
Após essa nova mudança, muitos dirigentes, treinadores, jogadores, jornalistas e torcedores passaram aceitar e acreditar que esse modelo de disputa é o mais justo, por que o time mais estável durante toda a competição receberá o título de campeão, entretanto esse modelo está longe de ser perfeito por alguns aspectos importantes a serem analisados.
                Uma equipe que tem como objetivo conquistar uma competição longa como o Brasileirão que tem a duração de oito meses e que paralelamente disputará no mínimo mais uma competição (Libertadores da América ou Copa do Brasil no primeiro semestre e Sul-Americana no segundo semestre) terá que investir num plantel grande de jogadores, e de bom nível técnico, portanto terá que investir alto, ou seja, por esse motivo já cria um obstáculo para a conquista do título uma vez que nossos clubes sofrem com a falta de dinheiro em caixa, e recorrem a parceiros para adquirir atletas de boa qualidade técnica, tal manobra se não for bem conduzida acarretará mais problemas interno enquanto clube ou grupo de atletas, outro fator que pode atrapalhar a corrida pelo título é a janela de transferência para o exterior, que por muitas vezes é inevitável, uma vez que a oferta pelo jogador é muito atrativa financeiramente tanto para o clube quanto para o atleta, além desses fatores financeiros existem outros, como por exemplo, convocações para a seleção Brasileira ou outras seleções nacionais, uma vez que muitos jogadores de outros países jogam em clubes brasileiros, suspensões por cartões amarelos e vermelhos e lesões são outros fatores que podem atrapalhar a conquista de um clube.
                A partir dessas características citadas renasce o seguinte questionamento, será que esse modelo de disputa realmente é justo?
                Pensando por esses problemas, os dirigentes sabendo que teria pouca motivação para a disputa do Brasileiro, tendo como único objetivo o título acrescentaram no regulamento mais três vagas para a Copa Libertadores da América, além claro do campeão, 10 vagas para a Copa Sul- Americana e as quatro piores equipes classificadas serão rebaixadas para a segunda divisão, ou seja, das 20 equipes participantes apenas duas não ganham e nem perdem nada, ou seja, para um torneio longo de 38 rodadas, só a motivação pelo título não basta, uma vez que por todos os problemas citado anteriormente é sabido que dos 20 clubes talvez um grupo de cinco ou seis conseguisse investimentos para serem campeões, ou seja, fizeram da principal competição nacional um “campeonato social”, como é bem comum em escolinhas de futebol onde todos são premiados para ninguém ficar triste ou frustrado.
                Analisando as nove edições anteriores que tiveram esse modelo de disputa, é fácil detectar que o objetivo de ser CAMPEÃO ficou em segundo plano para a maioria dos clubes, sendo mais importante conquistar uma vaga para a Copa Libertadores da América uma vez que o time ganhará mais visibilidade no cenário mundial do futebol, dessa maneira vejo uma desvalorização da competição, uma vez que ela serve de ponte para outra competição considerada mais importante.
                Particularmente espero que essa 10° edição de Brasileirão por pontos corridos, seja mais emocionante, equilibrado e com uma boa qualidade técnica que há tempos não se vê nessa competição e que para os próximos anos os dirigentes do futebol repensem nesse modelo de disputa, se não mudar ao menos criar dentro do regulamento alternativo que faça com que a competição seja atrativa até o seu término em dezembro.

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