No
próximo final de semana inicia mais um Campeonato Brasileiro de futebol,
competição que está no seu 41° ano, embora tenha sido interrompido em 2000,
onde foi disputada a Copa João Havelange que foi organizada pelo grupo dos 13,
mas que se manteve o mesmo modelo de disputa que os torneios anteriores, porém
com separações por módulos e não por divisões.
O
Campeonato Brasileiro sempre foi questionado por seu modelo de disputa, no qual
sofreu diversas mudanças no decorrer das edições, já foi disputado em grupos na
primeira fase e a segunda fase sendo disputada no sistema de eliminatórias,
depois passou a utilizar como modelo de disputa em turno único na primeira fase
e a segunda por eliminatórias, e sempre esses modelos levantavam opiniões
negativas, como de uma competição injusta já que depois de 19 jogos disputados
a equipe que conquistou o primeiro lugar, poderia ser desclassificada por uma
equipe que conseguiu se classificar em último lugar, uma vez que a próxima fase
era chamada de fase eliminatória e disputada em duas ou três partidas. Atualmente
o Campeonato Brasileiro é disputado por pontos corridos em dois turnos, vence a
equipe que conquistar a maior pontuação em 38 jogos disputados.
Após essa nova
mudança, muitos dirigentes, treinadores, jogadores, jornalistas e torcedores passaram
aceitar e acreditar que esse modelo de disputa é o mais justo, por que o time
mais estável durante toda a competição receberá o título de campeão, entretanto
esse modelo está longe de ser perfeito por alguns aspectos importantes a serem
analisados.
Uma
equipe que tem como objetivo conquistar uma competição longa como o Brasileirão
que tem a duração de oito meses e que paralelamente disputará no mínimo mais
uma competição (Libertadores da América
ou Copa do Brasil no primeiro semestre e Sul-Americana no segundo semestre)
terá que investir num plantel grande de jogadores, e de bom nível técnico,
portanto terá que investir alto, ou seja, por esse motivo já cria um obstáculo
para a conquista do título uma vez que nossos clubes sofrem com a falta de
dinheiro em caixa, e recorrem a parceiros para adquirir atletas de boa
qualidade técnica, tal manobra se não for bem conduzida acarretará mais
problemas interno enquanto clube ou grupo de atletas, outro fator que pode
atrapalhar a corrida pelo título é a janela de transferência para o exterior,
que por muitas vezes é inevitável, uma vez que a oferta pelo jogador é muito
atrativa financeiramente tanto para o clube quanto para o atleta, além desses
fatores financeiros existem outros, como por exemplo, convocações para a
seleção Brasileira ou outras seleções nacionais, uma vez que muitos jogadores
de outros países jogam em clubes brasileiros, suspensões por cartões amarelos e
vermelhos e lesões são outros fatores que podem atrapalhar a conquista de um
clube.
A
partir dessas características citadas renasce o seguinte questionamento, será
que esse modelo de disputa realmente é justo?
Pensando
por esses problemas, os dirigentes sabendo que teria pouca motivação para a
disputa do Brasileiro, tendo como único objetivo o título acrescentaram no
regulamento mais três vagas para a Copa Libertadores da América, além claro do
campeão, 10 vagas para a Copa Sul- Americana e as quatro piores equipes
classificadas serão rebaixadas para a segunda divisão, ou seja, das 20 equipes
participantes apenas duas não ganham e nem perdem nada, ou seja, para um
torneio longo de 38 rodadas, só a motivação pelo título não basta, uma vez que por
todos os problemas citado anteriormente é sabido que dos 20 clubes talvez um
grupo de cinco ou seis conseguisse investimentos para serem campeões, ou seja,
fizeram da principal competição nacional um “campeonato social”, como é bem
comum em escolinhas de futebol onde todos são premiados para ninguém ficar
triste ou frustrado.
Analisando
as nove edições anteriores que tiveram esse modelo de disputa, é fácil detectar
que o objetivo de ser CAMPEÃO ficou em segundo plano para a maioria dos clubes,
sendo mais importante conquistar uma vaga para a Copa Libertadores da América
uma vez que o time ganhará mais visibilidade no cenário mundial do futebol, dessa
maneira vejo uma desvalorização da competição, uma vez que ela serve de ponte
para outra competição considerada mais importante.
Particularmente
espero que essa 10° edição de Brasileirão por pontos corridos, seja mais
emocionante, equilibrado e com uma boa qualidade técnica que há tempos não se
vê nessa competição e que para os próximos anos os dirigentes do futebol
repensem nesse modelo de disputa, se não mudar ao menos criar dentro do regulamento
alternativo que faça com que a competição seja atrativa até o seu término em
dezembro.
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